quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Nossa (nova) Língua



Nessas últimas semanas tive várias aulas de português. Nos meus tempos de escola eu gostava muito dessa matéria. Achava tudo tão simples enquanto via muitas pessoas se batendo. Sou do tempo do trema – adoro o trema, e ainda me nego a tirá-lo das palavras, quando escrevo só pra mim. Sou do tempo em que voo e coo eram acentuadas. E acabo de descobrir que meu Word também é dessa época, acusando erro com a minhoquinha vermelha embaixo das palavras. Concordo com você, Word!

Essa tal reforma ortográfica veio pra me confundir e me indignar. Agora estou junto com as pessoas que se batem. Maravilha! Preferia tanto como era antes...

Há quem diga que a reforma simplificou as coisas. Não concordo de jeito nenhum! Trema, hífen e acentos davam muito mais charme às palavras. Pelo menos a crase continua. Olha ela ali! Já é alguma coisa, não? Onde já se viu escrever minissaia, extraoficial, ultrassecreto?? Feio, esteticamente falando, muito feio.

O irônico é saber de todas essas reformas, que acredito serem ensinadas constantemente nas escolas, enquanto os estudantes escrevem tudo abreviado - Vc, kd, kbça – ou ainda, não sei se pior, sem o til – naum, entaum. Uma palavra nova que surgiu nessa leva foi a “concerteza”. Prestem atenção que na regra gramatical está escrita corretamente, com N. O com certeza é falado com tanta frequência e para tudo, que se transformou numa palavra só.

Será que é essa a tendência? Não sei se consigo aguentar essa reforma, se for esse o futuro. Começo a entender quando minha vó resolvia falar que no tempo dela “pharmácia” era com ph, e demorava no assunto, citava várias palavras. Sinto que serei assim por causa da trema. Aliás, outra coisa que percebi é que muitas pessoas escrevem palavras com ph com som de f na internet. Que seria isso? Saudosismo? Não... essas pessoas nem sabem disso! Deve ser pra fazer estilo mesmo. Triste.

domingo, 9 de outubro de 2011

Sobre nada


“ÀS VEZES PRECISAMOS DEIXAR O QUE QUEREMOS PARA ENTENDER O QUE MERECEMOS."

Foi isso que uma amiga minha escreveu há pouco para mim. Acredito na verdade dessa frase. Acredito que as coisas não acontecem por acaso, que não é dada uma cruz mais pesada do que podemos carregar. E quero muito acreditar que o Universo conspira a favor. Só ainda não entendi direito a favor de quem.

Não sou uma pessoa muito paciente. Aliás, sou até bem ansiosa para que as coisas aconteçam. E é por isso que vivo parte da minha vida angustiada pela velocidade – ou falta de – dos fatos.

Me encontro num domingo nublado em casa, assistindo “A Bela e a Fera” na TV aberta, e conversando com poucos amigos que estão on line. Saí de casa somente no sábado pela manhã, o que definitivamente salvou meu final de semana. O bolso e o fígado agradecem, eu sei, mas meu humor não. Um amigo me falou, “Mari, hoje você está criminosa.” Penso que isso não é bom.

Então, esse final de semana estou tentando deixar de lado o que quero... pra ver o que mereço. Conclusão: mereço ficar em casa vendo desenho animado. O que isso quer dizer?

Amanhã pelo menos minha rotina volta. Aulas, estudo... e com uma novidade: vou voltar a malhar. Mas agora por ordens médicas. Falei que tive que fazer infiltração no joelho esquerdo e que tenho lesão nos dois joelhos? Pois é... é a idade! Amanhã seria o retorno da consulta, pro médico ver o resultado dos exercícios. Como não houve exercício nenhum, a consulta será desmarcada e a academia será reiniciada. Até faz sentido: quero ser uma pessoa sarada, mas mereço lesão nos joelhos, que me forcem ir pra academia para, quem sabe, alcançar meu objetivo. Viagem ou não, de repente é assim que as coisas funcionam.

Passou um dia inteiro e não consegui escrever nada de produtivo. Nem fazer nada de bom. Deve ser o que chamam inferno astral. Isso existe mesmo? Dizem que é uma forma de colocar a culpa nos céus pelas coisas que não dão certo. Pensando assim, é bom poder colocar a culpa em alguma coisa intocável. Tipo, acordei de mau humor, deve ser porque meu aniversário se aproxima. Ou, choveu! É o inferno astral, só pode?!?! Prefiro a teoria de que esse período é o fim de um ciclo, e como muitos fins, é desgastante. Essa é mais bonitinha. Em pensar que ainda tenho duas semanas pela frente, penso seriamente em me fechar numa jaula. Mais seguro para todo mundo. Se hoje eu estou “criminosa” de acordo com um amigo, imagina daqui uma semana? Corram!