E quando a felicidade parece estar tão perto, e, de repente,
você a vê se afastando, escapando por entre os dedos da sua mão? E não se pode
fazer nada, só assistir ela indo embora, aos poucos, até sumir completamente...
Não se perde o que nunca se teve. Quantas vezes já ouvi isso
e quantas vezes ainda vou ter que escutar? Eu posso não ter perdido nada então.
Mas não posso dizer o mesmo sobre você. Porque, mesmo sem saber, você me tinha.
Eu fui sua e você nunca teve conhecimento disso. O que é mais triste nisso
tudo?
E será mesmo que o que me fugiu foi a felicidade? Ou foi ela
que fez tudo isso acontecer para, na verdade aparecer só agora? Talvez não
consiga me fazer entender, mas essa pergunta na minha cabeça faz muito sentido.
E ao mesmo tempo me causa muita confusão.
O que eu estava vivendo era felicidade ou apenas conforto?
Era alguma qualquer coisa que começou e já caiu numa rotina, e eu acabei me
acostumando com aquilo. Está na hora de me recolher um pouco, encontrar a
verdadeira Mariana e, aí sim, saber o que eu preciso para ser feliz. E impor
essa alegria.
* Voltando a escrever depois de muitos meses. Senti falta. O
que a boca não tem coragem de dizer, o que nem nos olhos escorre porque eles
secam, o que a alma sente mas não sabe se tem nome, é para o papel que vai.
Afinal, ele aceita toda e qualquer coisa.
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