A programação da TV aberta tá chata ou só eu acho isso? Agradeço
muito quem inventou a TV a cabo.
E, pela TV a cabo, dia desses eu estava assistindo os
programas que passavam na TV aberta nos bons tempos. O Canal Viva relembra
muitos programas antigos que passavam na Globo. Num domingo eu assisti o
Cassino do Chacrinha. Esse programa me lembra minha infância. Nem me recordo
que dia da semana que passava naquela época, mas tenho flashes do velho
guerreiro com suas roupas coloridas. Mas rever esse programa foi hilário.
Primeiro porque a figura do Chacrinha é indescritível. Uma
mistura de palhaço, com suas roupas brilhantes, e de menino, sempre usando
bermuda e suspensório. E aquela voz? Aquilo devia forçar um pouco a garganta,
não? E todos pareciam adorá-lo. E a bagunça que ele fazia durante o programa? Um
cantor lá no meio do studio se apresentando, cantando, e o Cahcrinha no meio da
platéia jogando talco em todas as senhorinhas presentes. E isso não era
encarado como descaso com o convidado, que continuava lá, fazendo sua parte e
cantando os maiores hits dos anos 80.
Entre os jurados, uma figura única: Elke Maravilha. Me
lembro que, quando criança, eu não sabia se ela era homem ou mulher. Ok, até
agora eu não coloco minha mão no fogo por isso. Mas que era uma pessoa
divertida e sempre com astral lá em cima, ah, era sim. Ainda é, né?
Os artistas eram os mais variados: Rosana, aquela do “Como
uma deusaaa...”, João Penca e seus miquinhos amestrados, que eu adorava! Léo
Jaime, ainda magro e bonito, Wando, Dominó, Patrícia Marx, entre outras pérolas
que marcaram os anos 80. Tudo isso intercalado com distribuição de brindes e
prendas para o público. Quem não se lembra do Chacrinha dando bacalhau? Até uma
jaca foi entregue no programa que assisti. Divertido, no mínimo. Isso tudo sem falar
nos calouros. Não deixavam alguns cantar nem dez segundos e já vinha a famosa
buzina na cara pessoa e o troféu abacaxi.
As chacretes eram filmadas em todos os ângulos, sempre com
poucas roupas, e aquilo não era encarado apelação. E te falar que as câmeras
eram muito mais ousadas nos bumbuns e nos decotes do que são hoje. Mais uma prova
que as pessoas estão ficando mais frescas – mas isso é outro assunto, para
outro post, quem sabe.
Depois do Cassino do Chacrinha, que durou a tarde toda
praticamente, começou o Globo de Ouro, outro programa da mesma época, e também
muito bom. Os artistas estavam lá pra cantar apenas uma música. Eram as músicas
“mais mais” da semana. Imaginem então um programa com Tim Maia cantando ao
vivo. Roberto Carlos, Fagner. Só gente top mesmo.
Não se faz mais programas como antigamente. É... a salvação
agora é a TV a cabo mesmo. E, relembrando essas relíquias, vale a pena sim.
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