Triste ouvir tantas pessoas falando EU TE AMO como se fala
Bom dia. Aliás, as pessoas nem falam bom dia mais umas pras outras, né? Triste
também.
Mas a tal da banalização do amor me incomoda. Esse não era
pra ser o sentimento mais puro? O mais bonito? O mais mais de todos? Pois é. O que
acontece é que o “amor” está na moda. Não o amor verdadeiro, mas aquele que se
declara nas redes sociais, aquele que o mundo precisa saber. O amor de verdade
é quieto, é discreto. Ele não precisa de ninguém mais que não as pessoas
envolvidas. Ninguém mais precisa saber dele, ele se basta assim.
Vejo crianças – ok, jovens – falando ‘eu te amo’, mas me
pergunto se eles sabem o que é isso. Tudo bem, não acredito que o amor tenha
idade, não é isso. Mas esse sentimento se conquista, não acontece da noite pro
dia. Paixão é rápida. Amor é coisa madura.
Amor de verdade? Eu sinto sim, pelos meus pais e minha
família. Só eles. Pelo menos por enquanto. Esse sentimento é muito maior do que
qualquer paixão, do que qualquer entusiasmo.
É coisa que se sente, e não precisa ser dita. A gente sente
a reciprocidade do sentimento, sem ter que falar a cada minuto ‘eu te amo’. Pode
ser por isso que essa frase tenha perdido o sentido, ou adquirido sentido novo:
pelo excesso do uso.
Me lembro que há tempos atrás, uma amiga da época me abraçou
e disse: “Você é minha melhor amiga! Eu te amo!” Caramba! Eu abraçada com ela
pensei comigo no que diria, qual seria a minha resposta, já que não sentia a
mesma coisa. Simples. Eu agradeci. Não consigo fazer isso. Não consigo mentir
desse jeito. Sou muito transparente para falar por educação: eu também. Não dá.
Mas foi um episódio curioso. Acredito que ela tenha ficado um pouco decepcionada
com a minha resposta. Mas o que importa é que eu me orgulhei por falar a
verdade.
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